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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ROSANA ALMEIDA

( Bahia – Brasil )

 

Rosana Batista Almeida é baiana, de Salvador. Desde a pré-adolescência, já escreve poesias e se mostra com preocupações com temas como a solidão, a comunicação entre as pessoas, preservação ambiental e indagações sobre o ser em si. As viagens, com seus pais e irmãs, sempre povoaram sua infância e adolescência. Participa, já na escola secundária, de concurso de poesias, no qual é vencedora. Em 1992 e 1993, é contemplada a ingressar na Universidade Federal da Bahia nos cursos de engenharia civil e psicologia, optando pelo primeiro. Graduada, desenvolve pesquisa na área de meio ambiente, como mestranda, na Universidade Federal de Pernambuco. A partir de 2003, desenvolve trabalhos na área ambiental, na esfera pública. Escreve Artigos Cientificos nesta área, com interface com a Mecanica dos Solos. Em 2014, participa do primeiro concurso literário nacional, sendo classificada com a poesia Voar. Em 2016, classifica-se em Concurso Literário, promovido pela Editora Vivara e participa da Antologia A Poética da Madrugada, da Editora gaúcha Pragmatha. Em 2017, publica em Revistas Literarias Marinatambalo e Mallamargens, sendo, então, em 2018, classificada no Concurso Literario UFG-Campos Catalão, com o poema intitulado Elo. Ainda em 2018, publica, pela editora Pragmatha, o seu primeiro livro de poemas intitulado Circuitos de Solaris, com orelha da ilustre profa. Vera Maria Tietzmann Silva. Em 2020, publica poemas na Revista Quatetê e em Antologias pela editora Pragmatha. Em junho de 2021, participa da Revista Acrobata (on line).

 

 

 

Intervalo.

 

Procuro nexos, relações coesas para a Vida

Cai sobre meu corpo apenas esta poeira fina

que compõe a pele das coisas

Por vezes, não se vive no corpo,

mas no nevoeiro,

tecido da própria mente.

Passo, passo,

adianto o passo,

mas vejo as mesmas coisas,

sem rituais, nem lógica

De que tanto eles falam?

A realidade cospe autômatos

que saem sublimes em jornais.

Há os que estão em toda parte

e abrigam a sabedoria de tudo.

Repousam sobre corpos ausentes.

Passo, passo, adianto meu passo.

Metamorfoseados, já não estão aqui:

o rio se esqueceu de si

e brinca com pequenos pedriscos e seixos.

 

 

Aparição.

 

À minha mãe.

 

Aparição com véu branco

me pergunta de que são feitos os dias.

Aguarda-me nas florestas

movendo- se em águas azuis.

Sozinha, voa até a copa das árvores mais altas.

Os pés como nuvens já não os vejo

e seus olhos atravessam comigo as rotas mais longas.

De que são feitos os dias?

Fala-me junto a mim.

As mãos se ligam ao infinito.

Quando chove se une à pele do vento,

tecendo novos caminhos:

tapete dourado para as criaturas na noite.

Repousa sobre grandes rochas macias:

é quando a vejo mais de perto.

E seus cabelos pretos e

sorriso no vazio

eu os coloco sobre meu colo.

Aparição com véu branco.

De que são feitos os dias?

fala-me junto a mim.

 

 

Fluido.

 

As matrizes se decompõem em vitrais.

Arrastam-se pelas paredes,

sem vestes.

Pelo chão, não andam:

adormecem nos cantos das ruas.

As pessoas já não choram

Silenciam sozinhas

Ressentem-se do outro ao lado.

A montanha no Vazio,

O vazio-montanha

Não há muita coisa por perto,

apenas pessoas que não veem.

Sombra.

Não se vive diante da porta da frente,

nem sob luzes e fantasias.

Sem espelhos, diante da aparição de manchas de rostos e corpos

joga diante de cores vibrantes

e ruídos constantes.

Aparente, dissolve-se, à beira do asfalto,

na rua.

Longe dos arquivos e redes de computadores,

vibra a substância.

Não percebe a vista sobre a cidade,

no entanto, titubeia e gira e desce a escadaria azul fosco do Ser.

Alguns brindam, outros fenecem:

Não há presença,

somente cacos de vidro no chão.

Vive-se a anos luz disso tudo,

em camadas ilógicas.

Como formiga se está indo,

a pensar que se constrói alguma coisa.

 

 

*

VEJA e LEIA outros poetas da BAHIA em nosso Portal:

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Página publicada em julho de 2022

 

 

 

 
 
 
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